sexta-feira, fevereiro 22, 2008

DÍVIDA EXTERNA, LIXEIRAS E TAPIOCAS

Segundo informe recente do Banco Central do Brasil, nossas reservas internacionais acabam de ultrapassar o valor correspondente à nossa dívida externa. O mais interessante é que esse anúncio se dá em meio a uma crise política gerada pela farra proporcionada pelo uso irresponsável e criminoso dos Cartões Corporativos do Governo Federal e também de alguns Estados. Imaginemos nós se não contássemos com um exército de calhordas ladrões do dinheiro público, aproveitadores inveterados do alheio. Nosso país seria então um paraíso, teríamos condições de contar com tudo aquilo que realmente o Governo tem obrigação de fornecer ao cidadão, ítens básicos como educação de qualidade, segurança, transporte, habitação, lazer, saúde e saneamento. Ao contrário disto, vemos todos os dias em nossos noticiários denúncias e mais denúncias de um povo sofrido que pede o mínimo de condições para viver com dignidade, idosos que têm usurpado pelo "sistema" seus direitos a uma aposentadoria digna, crianças andando léguas até chegar a uma escola em condições precárias com professores mal remunerados e despreparados diante das constantes mudanças sociais e comportamentais pelas quais passam nossos jovens, ônibus abarrotados de gente para garantir o lucro fácil do empresariado, comunidades inteiras com esgoto correndo a céu aberto, gerando doenças que não curam pois não temos um sistema de saúde preparado para atender à sempre crescente demanda de pacientes, sem falar nas cenas gritantes de violência registradas nas grandes cidades, que expõem crianças, mulheres, idosos e trabalhadores em geral a um iminente risco de vida por conta única e exclusiva da omissão por parte daqueles que integram o poder público. É triste vermos que, enquanto existem famílias cuja renda mensal não chega aos cem reais, uma lixeira comprada com o dinheiro público pode chegar facilmente aos mil reais, valor que garantiria a renda da família citada por praticamente um ano inteiro. O descaramento é tão grande que nossos políticos não se constrangem em comprar uma tapioca com o dinheiro público ou mesmo fazer compras em lojas de conveniência, mesmo sabendo que a lei obriga a divulgação das despesas efetuadas com tais cartões. Lembremos então que 2008 é um ano eleitoral, que em outubro estaremos escolhendo nossos representantes municipais e o governante de nossa cidade, guardemos então toda nossa revolta para nos livrarmos daqueles que simplesmente querem de nós um voto a cada quatro anos, trabalhando exclusivamente para alimentar a sua ganância individual no sentido de ficar cada vez mais rico e poderoso, em detrimento de um povo sofrido, honesto e trabalhador.
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