sexta-feira, julho 02, 2010

CONTRA OS "BAD BOYS" NO FUTEBOL

A eliminação da Seleção Brasileira de futebol da Copa do Mundo 2010 no jogo contra a Holanda teve como protagonista (negativamente falando) o jogador Felipe Melo. O descontrole demonstrado pelo atleta não é algo incomum na história do nosso futebol, alguns outros jogadores ao longo do tempo já se mostraram instáveis emocionalmente e com surtos de "Bad Boy", mas alguns casos recentes devem ser melhor analisados para que seja feita uma reflexão do momento e uma busca das causas de tais males atingirem os nossos atletas.
É bem verdade que, pelas próprias características, o futebol não é exatamente um esporte para cavalheiros, as emoções à flor da pele impedem muitas vezes que as ações sejam extremamente racionais. Entretanto, a pressão exercida sobre os jogadores desde o início de sua formação pode estar contribuindo para que as atitudes dos atletas dentro e fora de campo sejam muitas vezes semelhantes às de marginais.
Sabemos que o glamour e os altos salários dos atletas estimulam muitos pais a investirem em seus filhos, na intenção de que o futuro lhes reserve uma boa aposentadoria. Muitas vezes a cobrança desenfreada que decorre da esperança dos pais não leva em conta os limites dos próprios filhos, não consideram a possibilidade de sues filhos serem infelizes mesmo com a possibilidade de atingirem o profissionalismo esportivo um dia. Os treinadores de escolinhas, por sua vez, encurralados pela pressão dos pais e limitados pela própria ignorância pedagógica, tentam tirar leite de pedra, buscando fazer aquilo que se fazia na idade média, tratar as crianças como adultos em miniatura. As crianças e os jovens ficam então cercados por pessoas insanas que não priorizam o bem estar e a felicidade deles e seguem seus martírios entre vitórias e derrotas. Ao final, alguns atingirão o profissionalismo, milhares não. Que resquícios sobrarão a estes que não contemplaram a expectativa de seus pais? pais que muitas vezes até estão apenas tentando fazer com que seus filhos tenham uma vida melhor do que a que lhes foi oferecida, e nessa busca ignoram o principal requisito de uma vida de sucesso, a felicidade.
E aqueles que atingiram o profissionalismo? será que os anos de opressão e de cobranças para tirar deles o melhor possível no esporte não lhes trarão sequelas? O caso do jogador Adriano (ex-Flamengo) é um exemplo daquilo que devemos trabalhar para que não aconteça com nossos futuros atletas, um jogador que rapidamente atingiu a fama e a fortuna mas não encontrou felicidade. Frustrado, abriu mão de altas cifras para se abrigar junto a traficantes, acreditando serem estes seus verdadeiros amigos, não sabe ele que, se não tivesse atingido o sucesso poderia ter sido morto pelos próprios traficantes como acontece com vários moradores dos morros cariocas. E o Vagner Love? filmado em um baile funk em meio a armas e drogas. E o caso do goleiro Bruno? ele matou ou não matou a garota? curiosamente todos os casos se referem a jogadores do Flamengo do Rio de Janeiro, mas são apenas os de maior repercussão, certamente outros em igual ou menor intensidade acontecem por todo o nosso país.
É necessário, senhoras e senhores, que paremos para analisar, que estudemos nossos jovens todos os dias, para não criarmos um exército de adultos frustrados. Criança tem que brincar, ser feliz, sem responsabilidades de adultos, apenas com a responsabilidade de aprender o que é certo e o que é errado, aprender a ser um vencedor na vida, não só no esporte. E você pai e mãe vai querer a todo custo que seu filho seja um atleta profissional? cuidado ele pode ser.


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