sábado, abril 18, 2009

O ENEM A SERVIÇO DA DESIGUALDADE NACIONAL

Mais um absurdo à vista. O ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) agora vai servir para alimentar a desigualdade existente entre as regiões brasileiras. A proposta do Ministério da Educação é que o aluno possa concorrer com a mesma nota para cinco universidades diferentes, ou seja, um aluno que hoje não consegue aprovação em uma universidade de uma região onde os níveis de estudo são mais avançados e o ensino médio mais bem estruturado poderá tomar legalmente a vaga de estudantes já prejudicados pela estrutura deficitária do ensino em sua região. O que vai acontecer com isso é que muitos alunos vão migrar para estados onde a concorrência por uma vaga universitária seja menor e tomarão assim o lugar dos moradores destas regiões. Quando acabar o curso, o forasteiro vai embora e o estado continuará sem os profissionais formados em sua própria universidade. Além de proclamar a perda da esperança de alunos, que sofreram durante toda a sua formação, de atingir uma redenção com uma formação em uma universidade federal, essa medida cria a possibilidade de originar uma espécie de xenofobia (aversão a estrangeiros), pois certamente haverá uma repulsa dos moradores locais em relação aos forasteiros que vêm ocupar as vagas dos filhos da terra.
Se hoje as pequenas cidades do interior da região norte já sofrem com as dificuldades para preencher vagas de funcionários em nível superior, como médicos e engenheiros, imagine agora que a tendência será de muitos alunos de outros locais formarem-se e retornarem a seus estados de origem. Diante disso, coclamamos os diretórios regionais de estudantes a protestarem, pois é o futuro de estados menos desenvolvidos que estará em jogo.
Essa é mais uma ação para beneficiar os poderosos, pois, não tenham dúvidas, serão os filhinhos de papai mais desinteressados com os estudos que preencherão tais vagas, e assim papai pagará toda a sua estadia durante a realização do curso, pois pai pobre não tem condições de manter filho em outro estado durante quatro ou cinco anos. E o Ministério da Educação que vinha trabalhando até bem, atua agora na contramão do desenvolvimento nacional, resta saber o interesse que há por trás de tudo isso.
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