sábado, maio 16, 2009

É NECESSÁRIO INVERTER A LÓGICA PERVERSA DA ESCOLA ATUAL

Ao fazer uma análise criteriosa das práticas educativas que acontecem de norte a sul de nosso país, sobretudo nas escolas públicas, poderemos constatar um fenômeno que se repete em muitas das salas de aula brasileiras, a lógica perversa que impele o professor a forçar, praticamente obrigar, o aluno a querer estudar, quando na verdade, o interesse deveria ser do próprio aluno.
Quem leciona em escolas públicas, principalmente nas periferias das grandes cidades, já deve ter se deparado com a situação de alguns alunos que entram em sala de aula com expressões fechadas, carrancudas, nitidamente tentando intimidar o professor, fazer com que o docente não o indague, não cobre dele uma postura de aluno, de estudante. É um rascunho do que se passa nos lares de tais alunos, que perderam totalmente o respeito pelos pais e buscam fazer com que a intimidação do professor os livre de cobranças como os livra dos castigos paternos. Uma violência simbólica que atormenta a vida do bom professor, daquele que ainda acredita no poder do ensino como facilitador de uma nova prática social.
Para o Pedagogo Fábio Ferreira, a escola hoje abarca funções muito diferentes daquelas que realmente deveriam ser competência da instituição escolar. Acionar os Conselhos tutelares, tratar da violência de muitos alunos, acionar a polícia e (o pior) prestar esclarecimentos ao Ministério Público sobre acontecimentos envolvendo alunos que não têm nenhum compromisso com a educação são algumas das funções que nada têm haver com a formação do educador, e para as quais os mesmos não estão preparados.
Outra consequência danosa desta lógica é que os alunos que realmente querem estudar são prejudicados pelos que nada querem, pois o momento seguinte à entrada carrancuda e mal-educada é a prática da conversa paralela, do desrespeito para com o trabalho do professsor, que muitas vezes se abstem de pôr para fora de sala um aluno com tais características por puro medo de represálias, ao invés disso, prefere levar a aula até o fim aos trancos e barrancos, ao custo da elevação do tom de voz para poder se fazer ouvir pelos alunos interessados e assim cumprir o seu horário de aula da maneira que lhe é possível.
É necessário que se separe o joio do trigo, que se instalem cada vez mais centros de excelência em educação para abarcar aqueles alunos que realmente têm interesse naquilo que a escola pode lhe oferecer. E os demais alunos? esses devem ser tratados da maneira como necessitam, precisam de profissionais de outras áreas, tais como psicológos, psicanalistas, policiais, conselheiros tutelares e até profissionais do Ministério Público, entidade que deveria se fazer presente no dia-a-dia da escola para ajudar, apoiar, e não apenas para buscar culpabilidade de professores e dirigentes escolares que já vivem em situação de degradação moral por conta de uma má conduta social de jovens de famílias desestruturadas que terminam por realimentar o ciclo vicioso que virou uma bola de neve, que fatalmente irá engolir a sociedade um dia caso algo não seja feito agora.
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